quinta-feira, 3 de maio de 2012

Os Quatro Cavaleiros

quarta-feira, 2 de maio de 2012

NOSSO PRIMEIRO ANIVERSÁRIO

Hoje é um dia especial para este blog em seu aniversário de 1 ano. Atingimos 5 mil visitas. Para um blog que aborda dois temas muito polêmicos como Ateismo e Evolucionismo, essa visitação me deixa muito alegre. O Ateísmo mais do que rejeitado e discriminado de uma maneira geral, é também muito combatido, como uma pensamento do mal, na opinião de uma maioria esmagadora de dirigentes religiosos no Brasil e no mundo. O Evolucionismo até os dias de hoje não tem um destaque entre os temas mais importantes do nosso país. É tratado com total desleixo pelos governos e dirigentes da educação brasileira, que deveriam incluir a Origem das Espécies, a Seleção Natural e a Seleção Sexual de Charles Darwin, como matérias obrigatórias em todas as escolas públicas. Mais do que isso, que incentivassem o estudo da ciência mais primordial, a que estuda a vida. Não podemos privar nossas crianças do conhecimento da origem da vida. O Estado brasileiro deve se tornar um Estado verdadeiramente laico e não um Estado orientado pelas igrejas e sua lendas.

Cientistas britânicos querem ensino da evolução já no pré-primário

Cerca de 30 cientistas do Reino Unidos assinaram uma petição para que o governo introduza nas escolas públicas o ensino da teoria da evolução, de Charles Darwin (1809-1882), já no pré-primário, portanto a crianças de cinco anos. Entre os cientistas estão o biólogo e militante ateu Richard Dawkins, 70, e o naturalista David Frederick Attenborough, 85. Trata-se de uma reação às escolas que, influenciadas por religiosos, estão ensinando nas aulas de ciência o criacionismo como uma das alternativas do surgimento do universo. Ou seja, Deus criou tudo em seis dias, conforme diz a Bíblia. Para Dawkins, trata-se de um absurdo porque o criacionismo não tem nada de científico. Ele defendeu que a teoria da evolução passe a ser chamada apenas de “evolução” porque a palavra “teoria”, conforme exige o rigor científico, pode passar a falsa ideia ao senso comum de que se trata apenas de uma possibilidade. “A evolução está mais do que provada”, disse. Pela teoria de Darwin, todos os seres vivos são uma evolução de organismos primitivos que sofreram mutações genéticas aleatórias ao longo do tempo em um processo de seleção natural. O governo anterior já tinha aceitado introduzir no currículo escolar a evolução como matéria obrigatória, mas houve um recuo. Em artigo para o Times, Dawkins escreveu: "A evolução é uma explicação para a existência verdadeiramente satisfatória e completa. Eu acredito que ela possa ser ensinada a uma criança já a partir de seus primeiros anos escolares". Para ele, a evolução é mais simples de ser entendida pelas crianças do que os mitos. Grã-Bretanha corta subsídios de escolas que ensinam criacionismo Dawkins participou da campanha contra a intromissão religiosa O Departamento de Educação da Grã-Bretanha refez o texto do acordo que mantém com escolas livres para que aquelas que ensinam criacionismo nas aulas de ciência deixem de receber financiamento oficial. As escolas livres são administradas por seus fundadores (organizações e pessoas). Como não são obrigadas a adotar o currículo nacional, muitas delas estavam dando o criacionismo aos alunos como se fosse uma matéria científica. A maior parte dessas escolas está ligada a grupos religiosos. No ano passado, mais de 30 cientistas britânicos de renome enviaram ao governo uma petição para acabar com essa intromissão do proselitismo religioso no ensino científico. Entre eles estavam o biólogo Richard Dawkins (foto). Ele disse que, agora, é preciso haver fiscalização para que o novo acordo não seja burlado.

Ateísmo, um caso de polícia por Rafael Garcia, da Folha.com

Um dos fenômenos mais curiosos envolvendo religião aqui nos EUA, algo que se observa no mesmo grau no Brasil, é o preconceito que grande porcentagem da população religiosa nutre contra os ateus. Pesquisas de opinião indicam que 55% dos eleitores cristãos não votariam em alguém de seu partido que não acreditasse em Deus. Mais da metade dos americanos também não gostaria que seus filhos se casassem com pessoas atéias. Supor que quem não crê em Deus carece de moralidade não é uma invenção nova, mas a polarização ideológica do país parece estar exacerbando isso. O ateísmo militante, uma prática que também é menos comum no Brasil, parece ser a reação de um grupo de pessoas que vêm se sentindo acuadas. Quem não professa nenhuma fé religiosa acaba tendo que ir para a rua e fazer campanha para ser respeitado. Em março, ateus e agnósticos fizeram manifestação em Washington Acredito que o preconceito contra ateus seja um problema menor no Brasil, um país que já reelegeu Fernando Henrique Cardoso, candidato que em eleições anteriores se recusara a declarar sua crença (ou falta de). Nas duas eleições que venceu, contou com a decência de seu adversário Lula, que não apelou para acusações religiosas durante a campanha. Não imagino isso acontecendo aqui nos EUA, onde a desconfiança de cristãos contra ateus é até maior do que contra outras religiões. Na tentativa de entender a raiz desse preconceito na América do Norte, uma dupla de psicólogos fez um curioso experimento em Vancouver, no Canadá. (OK. O Canadá não é os EUA, mas o país possui uma pequena amostragem da cultura conservadora que os cientistas estavam estudando.) Ara Norenzayan e Will Gervais, da Universidade da Columbia Britânica, supõem que o preconceito contra os ateus surge da crença de que quem não teme a punição divina tende a agir de maneira egoísta e inconsequente. “Há muito tempo os ateus são alvo de desconfiança, em parte porque eles não acreditam que um Deus vigilante e julgador monitora seu comportamento”, dizem os pesquisadores. O experimento dos cientistas consistiu em dividir um grupo de pessoas que se declaravam cristãs em dois e exibir diferentes vídeos para cada um deles, antes de submetê-los a um questionário. Um dos grupos assistiu a um filme genérico sobre turismo em Vancouver, e o outro assistiu a um vídeo do chefe de polícia da cidade relatando a eficiência da corporação. Esse segundo vídeo, segundo os psicólogos, servia como uma mensagem subliminar para lembrar às pessoas de que a vigilância da autoridade policial também ajuda a fazer com que as pessoas andem na linha. Em outras palavras, o filme reforçava a idéia de que os ateus não temem a punição de Deus, mas devem temer a punição do Estado contra atitudes que prejudiquem outras pessoas. Após a exibição dos filmes, os voluntários respondiam a um questionário para dizer o quanto desconfiavam do comportamento de diversos grupos minoritários, incluindo ateus, gays, judeus e muçulmanos. O resultado foi o esperado pelos psicólogos: aqueles que tinham assistido ao vídeo do chefe de polícia eram menos inclinados a declarar a falta de confiança nos ateus. “Lembretes sobre a autoridade secular podem, então, reduzir a desconfiança dos teístas contra os ateus”, escreveram os psicólogos. “Tanto os governos quanto os deuses podem encorajar o comportamento pró-social.” Um dado curioso do estudo de Norenzayan e Gervais é que o preconceito contras judeus, muçulmanos e, sobretudo, contra os gays, não se atenuava após os vídeos. Isso reforça a interpretação dos autores sobre os resultados, pois a orientação sexual das pessoas não está sob controle do Estado. Achei o estudo interessante, mas não sei o quanto pode ser útil para combater esse preconceito nos Estados Unidos. Como ateu, acho incômodo pensar que uma pessoa só depositaria sua confiança em mim se eu estiver sob vigilância da polícia. Sei que não são todos os religiosos que pensam dessa maneira estúpida, mas é triste pensar que muitos ainda têm essa mentalidade retrógrada. Pessoalmente, tenho impressão de que o fanatismo religioso ignora um mecanismo psicológico muito mais fundamental. Quando fazemos mal a alguém, há algo que faz com que nos sintamos mal. Nós, ateus, sentimos culpa, remorso, tanto quanto qualquer outra pessoa deveria sentir. E deixar alguém feliz faz com que nos sintamos bem. Será que o preconceito contra o ateísmo diminuiria se os teístas fossem lembrados disso?