quarta-feira, 2 de maio de 2012
Cientistas britânicos querem ensino da evolução já no pré-primário
Cerca de 30 cientistas do Reino Unidos assinaram uma petição para que o governo introduza nas escolas públicas o ensino da teoria da evolução, de Charles Darwin (1809-1882), já no pré-primário, portanto a crianças de cinco anos. Entre os cientistas estão o biólogo e militante ateu Richard Dawkins, 70, e o naturalista David Frederick Attenborough, 85.
Trata-se de uma reação às escolas que, influenciadas por religiosos, estão ensinando nas aulas de ciência o criacionismo como uma das alternativas do surgimento do universo. Ou seja, Deus criou tudo em seis dias, conforme diz a Bíblia.
Para Dawkins, trata-se de um absurdo porque o criacionismo não tem nada de científico. Ele defendeu que a teoria da evolução passe a ser chamada apenas de “evolução” porque a palavra “teoria”, conforme exige o rigor científico, pode passar a falsa ideia ao senso comum de que se trata apenas de uma possibilidade.
“A evolução está mais do que provada”, disse.
Pela teoria de Darwin, todos os seres vivos são uma evolução de organismos primitivos que sofreram mutações genéticas aleatórias ao longo do tempo em um processo de seleção natural.
O governo anterior já tinha aceitado introduzir no currículo escolar a evolução como matéria obrigatória, mas houve um recuo.
Em artigo para o Times, Dawkins escreveu: "A evolução é uma explicação para a existência verdadeiramente satisfatória e completa. Eu acredito que ela possa ser ensinada a uma criança já a partir de seus primeiros anos escolares".
Para ele, a evolução é mais simples de ser entendida pelas crianças do que os mitos.
Grã-Bretanha corta subsídios de escolas que ensinam criacionismo
Dawkins participou da campanha contra a intromissão religiosa
O Departamento de Educação da Grã-Bretanha refez o texto do acordo que mantém com escolas livres para que aquelas que ensinam criacionismo nas aulas de ciência deixem de receber financiamento oficial.
As escolas livres são administradas por seus fundadores (organizações e pessoas). Como não são obrigadas a adotar o currículo nacional, muitas delas estavam dando o criacionismo aos alunos como se fosse uma matéria científica. A maior parte dessas escolas está ligada a grupos religiosos.
No ano passado, mais de 30 cientistas britânicos de renome enviaram ao governo uma petição para acabar com essa intromissão do proselitismo religioso no ensino científico.
Entre eles estavam o biólogo Richard Dawkins (foto). Ele disse que, agora, é preciso haver fiscalização para que o novo acordo não seja burlado.